quinta-feira, 7 de maio de 2015

Laudo Técnico comprova que as barragens foram responsáveis pela seca da Lagoa do Portinho.

Como parte da operação “Lagoa Livre”, que investiga denúncias de represamento das águas do Rio Marruás, principal abastecedor da Lagoa do Portinho, o professor e pesquisador da Universidade Federal do Piauí (UFPI), Valdecir Galvão, finalizou seu laudo técnico e entregou ao Ministério Público. Para ele, não há dúvidas de que a estrutura investigada é uma barragem e que contribuiu para a seca na lagoa.


O pesquisador também esteve na diligência realizada na propriedade no dia 23 de abril deste ano, que contou com a presença de representantes das Secretarias Estadual e Municipal de Meio Ambiente, do Ibama, da Vigilância Sanitária, dentre outros órgãos. A ação foi comandada pela 1ª Promotoria de Justiça de Parnaíba e contou com o apoio das Polícias Militar e Civil.

“Ali está evidenciado que é uma barragem. E eu já sabia disso porque já estava fazendo o monitoramento antes de entrar no terreno. Não passou uma gota de água até o dia que aquilo foi aberto. Eu tenho tudo notificado, tudo detalhado, foi um trabalho cientifico, sério. Não souberam medir a capacidade que a lagoa tem hoje. A lagoa não está com 70% e sim com 24% e já está secando. As barragens são responsáveis pela seca na nossa Lagoa do Portinho”, afirmou o professor da UFPI, Valdecir Galvão.

O professor foi enfático e determinou um período para a seca total da Lagoa. “A previsão é que entre outubro e dezembro aquela lagoa esteja seca novamente. A quantidade de água já está diminuindo. Acredito que demora de 3 a 4 anos para lagoa voltar a sua quantidade normal de água se derrubarem a barragem”, disse o professor.

Segundo o promotor Antenor Filgueiras, que está a frente das investigações, com este parecer técnico uma ação civil pública será aberta. Caso o proprietário da barragem não apresente nenhuma autorização legal para a construção da estrutura, uma ação criminal também será instaurada. Mas até agora, nenhuma documentação foi apresentada.

“Neste momento nenhum órgão ou pessoa privada me encaminhou qualquer documento que justifique a construção daquelas barragens. Já colocamos para todos os entes fiscalizadores no sentido que nos encaminhe. Os prazos já se encerraram e nada foi encaminhado. Eu sempre trabalho guardando o sigilo da investigação, e não vamos comentar o nome de nenhum proprietário das barragens”, declarou Antenor Filgueiras.

Enquanto isso, a sociedade em geral espera que providências sejam tomadas e que um dia possam voltar a conviver diariamente com as belezas de um dos maiores cartões postais do Piauí. O promotor Antenor Filgueiras afirmou que as diligências ainda estão sendo feitas.


“Vamos continuar fazendo tudo com muita cautela. Sabemos que estamos tratando com órgãos do estado e particulares, mas tudo que o professor colocou no seu documento demonstra aquilo que já vínhamos pensando. Este inverno de 2015 nós já perdemos e acredito também que a lagoa deva secar entre novembro e dezembro. Vamos tomar providências para que toda a água destinada a lagoa volte a partir do inverno de 2016”, concluiu.

Fonte: Proparnaíba

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